Ilê Aiyê: Conheça o 1º bloco afro do Brasil, criado há mais de 40 anos

Axé! Está a fim de curtir um bloco afro em Salvador? Então se liga nessa dica: o Ilê Aiyê é um dos mais tradicionais do Carnaval baiano. Ele foi o primeiro bloco afro do Brasil e surgiu no Curuzu, no bairro Liberdade, que é o de maior população negra do país.

 Veja também:
Agenda de Blocos Salvador: confira datas e horários dos Blocos de Carnaval de Rua de Salvador
Lista de Blocos Salvador:  confira a relação com todos os Blocos de Carnaval de Rua de Salvador

O Ilê nasceu no dia 1º de novembro de 1974, com o objetivo de enaltecer e divulgar a cultura afro-brasileira – em 2019, ele completa 45 anos e já está comemorando!

Na década de 1970, ele foi o responsável por um novo embalo do Carnaval na Bahia, com a implantação de ritmos de tradição africana.

Com mais de seus 3.000 associados, o Ilê é patrimônio cultural baiano. A diretoria afirma que o principal objetivo da organização é a expansão da cultura de origem africana no Brasil. Por isso, eles anualmente escolhem a Deusa do Ébano.

Em 2019, a Noite da Beleza Negra, festa na qual a Deusa do Ébano é escolhida, vai rolar no dia 16/2 – e com direito a shows de Daniela Mercury, Gilberto Gil e Caetano Veloso!

Animou? Então, leia mais sobre o Ilê Aiyê e a Deusa do Ébano abaixo e prepare-se para as festas!

O desfile

O Ilê Aiyê faz seu cortejo no Carnaval de Salvador em 2/3, pelo Circuito Osmar. Com muito batuque e vozes retumbantes, que recuperam a riquíssima raiz africana da nossa cultura, o Ilê já tem canções icônicas, que são muito esperadas pelos foliões que seguem o bloco. A principal delas é a clássica “Que Bloco É Esse”, a primeira canção do grupo, lançada em 1974.

Tem ainda ““Deusa do Ébano”, “Depois que o Ilê Passar”, “Charme da Liberdade” e “Décima Quinta Sinfonia”, entre outras composições autorais. Não tem como ficar parado!

A origem da Deusa do Ébano

A escolha acontece na Noite da Beleza Negra do Ilê Aiyê. O concurso surgiu em 1975, a partir da constatação de que não havia nenhum registro de uma mulher negra concorrendo em uma competição de beleza – o que é muito chocante, ainda mais considerando que mais da metade da população brasileira é negra.

O concurso tem o objetivo de subverter as competições de beleza tradicionais, focando apenas na celebração da cultura e da beleza negra. Toda a escolha engloba a autovalorização e descontrói discursos racistas que são reproduzidos na sociedade.

A escolha da campeã

Todo ano, antes do Carnaval, é feita uma grande festa para escolher a Deusa de Ébano do Ilê Aiyê.

A primeira parte da noite é feita com um cortejo coreografado pelo Grupo de Dança do Ilê Aiyê, com figurinos da diretora artística e estilista do bloco, promovendo a cultura negra e a celebração das tradições de matriz africana.

Em seguida, são apresentadas as candidatas. Elas sobem ao palco com roupas do Ilê e fantasias individuais. É então escolhida a vencedora, que recebe o manto da deusa eleita no ano anterior.

A eleita é um destaque nas saídas do bloco no Carnaval de Salvador e participa de todas as atividades do Ilê Aiyê durante o ano.

Requisitos para ser a Deusa do Ébano

Não existem padrões para a escolha da vencedora: não usam idade ou medidas “certas” para a seleção da próxima Deusa.

O que faz com que uma mulher seja escolhida como rainha do Ilê Aiyê é sua força e paixão pelo grupo, que é transmitida através de sua simpatia e performance, assim como a demonstração de sua consciência social e desejo por lutar pela comunidade afro-brasileira.

Noite da Beleza Negra

Como em todo ano, o Ilê Aiyê vai fazer a Noite da Beleza Negra para eleger a Deusa do Ébano e para apresentar o tema do próximo desfile no Carnaval. Em 2019, essa noite vai rolar no dia 16 de fevereiro, na Senzala do Barro Preto.

E para celebrar ainda mais o bloco, que completou 44 anos no dia 1º de novembro de 2018, a noite contará com shows de Daniela Mercury, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Os ingressos estão custando a partir de R$ 60 e você pode conferir mais informações aqui.

Crédito da foto: André Frutuoso/Odú Comunicação